Hereditariedade não é a principal causa do câncer de mama

Muitas mulheres ainda pensam que a hereditariedade é a principal causa do câncer de mama e por conta dessa crença não se preocupam com a prevenção. Então anote aí: este não é o principal fator de risco e corresponde a apenas 5 a 10% dos casos. Por que o câncer de mama acontece, então?

Em primeiro lugar vamos esclarecer o que são os fatores de risco. Um fator de risco é qualquer coisa que aumente suas chances de desenvolver uma doença, como câncer de mama. Mas ter um fator de risco, ou mesmo muitos, não significa que você tenha a certeza do diagnóstico. Anote os fatores de risco e cuide-se. O autocuidado é a principal prevenção.

Idade
Quanto maior a idade, maior também o risco, sobretudo a partir dos 50 anos. Isso porque o acúmulo de exposições ao longo da vida e as próprias alterações biológicas com o envelhecimento aumentam, de modo geral, esse risco. Porém, não significa que uma mulher entre os 20 e 40 anos não possa receber o diagnóstico.

Histórico reprodutivo
Também mulheres que tiveram o primeiro filho após os 35 anos, bem como aquelas que começaram a menstruar antes dos 12 anos e pararam após os 50 têm um risco maior para o desenvolvimento da doença. Não engravidar e não amamentar também aumentam os riscos.

Sedentarismo
A atividade física reduz o risco de câncer de mama, especialmente em mulheres após a menopausa porque promove o equilíbrio dos níveis de hormônios, fortalece as defesas do corpo e ajuda a manter o peso corporal adequado. Para prevenção do câncer de mama, recomenda-se a prática de ao menos 150 minutos semanais de atividade física de intensidade moderada, ou, ao menos, 75 minutos de atividade física de intensidade vigorosa, ou, ainda, uma combinação equivalente de atividades moderadas e vigorosas.

Obesidade
O excesso de peso está fortemente associado ao risco de desenvolver 13 tipos de câncer, entre eles o de mama. Após a menopausa, as obesas ou com sobrepeso apresentam maior risco devido ao aumento na produção de estrogênios via gordura corporal. Já a perda de peso apresenta efeito protetor, particularmente em mulheres que não utilizam terapia hormonal.

Consumo de álcool
A ingestão de bebidas alcoólicas está claramente ligada ao diagnóstico câncer de mama e o risco aumenta de acordo com a quantidade consumida. Mulheres que tomam uma bebida alcoólica por dia têm cerca de 7% a 10% do aumento no risco em comparação com aquelas que não bebem, enquanto as mulheres que tomam duas a três bebidas por dia têm um risco cerca de 20% maior.

Tratamento hormonal
A terapia hormonal da menopausa é feita geralmente com estrogênio combinado com progesterona e seu uso aumenta o risco de câncer de mama, normalmente após cerca de quatro anos. O risco diminui em cerca de 5 anos após a interrupção do tratamento, embora o risco aumentado não desapareça completamente.

Cigarro
Alguns estudos demonstraram uma ligação entre o tabagismo e o risco aumentado de câncer de mama, particularmente entre as mulheres que fumam pesado e as que começaram a fumar antes da primeira gravidez. Isso porque o cigarro afeta as vias hormonais durante o desenvolvimento mamário. Inclusive, os pesquisadores pontuam que o risco é ainda maior quando consideramos mulheres que já possuem histórico da doença na família.

Fatores hereditários
Estão relacionados à presença de mutações nos genes BRCA1 e BRCA2, mas também são frequentes em outros genes como: PALB2, CHEK2, BARD1, ATM, RAD51C, RAD51D e TP53.

Exposição a substâncias e ambientes
Tais como agrotóxicos, benzeno, campos eletromagnéticos de baixa frequência, campos magnéticos, compostos orgânicos voláteis, poluentes orgânicos altamente tóxicos Os profissionais que apresentam risco aumentado de desenvolvimento da doença são os cabeleireiros, operadores de rádio e telefone, enfermeiros e auxiliares de enfermagem, comissários de bordo e trabalhadores noturnos. As atividades econômicas que mais se relacionam ao desenvolvimento da doença são as da indústria da borracha e plástico, química e refinaria de petróleo.

Referências

Inca, Fatores de Risco, acessado em Junho/2022, disponível em: https://www.inca.gov.br/controle-do-cancer-de-mama/fatores-de-risco
American Cancer Society, Fatores de risco de câncer de mama relacionados ao estilo de vida, acessado em Julho/2022, disponível em: https://www.cancer.org/cancer/breast-cancer/risk-and-prevention/lifestyle-related-breast-cancer-risk-factors.html
Sociedade Brasileira de Mastologia, Cartilha Saiba tudo sobre o câncer de mama, p. 03, acessado em Julho/2022, disponível em: https://sbmastologia.com.br/wp-content/uploads/2017/09/Cartilha-Saiba-Tudo-Sobre-o-CM.pdf

Femama, Câncer de mama e o cigarro: como o fumo influencia no risco de ter a doença, acessado em Julho/2022, disponível em

https://femama.org.br/site/blog-da-femama/cancer-de-mama-e-o-cigarro-como-o-fumo-influencia-no-risco-de-ter-a-doenca/#:~:text=Cigarro%20e%20a%20sa%C3%BAde%20da%20mulher&text=De%20acordo%20com%20a%20revista,hormonais%20durante%20o%20desenvolvimento%20mam%C3%A1rio.

Revista Breast Cancer Research, Fumar, acessado em Julho/2022, disponível em https://www.breastcancer.org/risk/risk-factors/smoking
Inca, Atividade física e câncer: recomendações para prevenção e controle, acessado em Julho/2022, disponível em: https://www.inca.gov.br/sites/ufu.sti.inca.local/files//media/document//af_e_cancer_prevencao_e_controle_sboc_inca_sbafs_c.pdf
Inca, INCA lança posicionamento com indicações para evitar sobrepeso e obesidade, relacionados a 13 tipos de câncer, acessado em Julho/2022, disponível em: https://www.inca.gov.br/noticias/inca-lanca-posicionamento-com-indicacoes-para-evitar-sobrepeso-e-obesidade-relacionados-13
Inca, Razões para parar de fumar https://www.inca.gov.br/programa-nacional-de-controle-do-tabagismo/razoes-para-parar-de-fumar

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